domingo, 11 de dezembro de 2011

O DESAFIO ENERGÉTICO e o LIVRO VERDE sobre ENERGIA

A União Européia não tem auto-suficiência na produção de energia, o que a torna uma grande importadora de gás natural e petróleo, fontes de energia altamente poluidoras. Hoje a UE importa cerca de 50% da energia que consome, e estima-se que essa parcela cresça para 70% em torno de 25 anos. Outro quesito alarmante é que cerca de 80% do gás natural é importado da Rússia, país que deixou a impressão de não ser plenamente confiável, pois em alguns episódios já interrompeu seu abastecimento de gás e petróleo. Além disso, o transporte do material energético por navios-tanque através do Mar Báltico provoca grande impacto ambiental, visto que esta via marítima encontra-se saturada, e, em função disso, já ocorreram diversos acidentes ambientais.

Em função de reduzir a dependência energética e atenuar, de um modo geral, os danos à natureza, sem prejudicar a movimentação da economia, criou-se o Livro Verde sobre Energia da União Européia, que deve auxiliar os países a adotar uma política energética competitiva, segura e sustentável. Dentre as regulamentações do Livro, do ponto de vista ambiental, os capítulos que mais chamam atenção são os que propõem a consagração de um mercado energético europeu competitivo em que a eficiência energética seria um fator determinante para a sobrevivência de uma empresa em meio à concorrência; e a UE na vanguarda da proteção ambiental, assegurando a existência de energias limpas e sustentáveis, apostando na eficiência energética para reduzir as alterações climáticas e limitar a dependência comunitária da energia importada.
As proposições, por enquanto, não tem caráter obrigatório, mas podem servir como um guia para auxiliar os países a estruturar, adotar e aplicar uma política energética sustentável, do ponto de vista econômico e ambiental.
Em princípio, o que motivou a idealização do Livro Verde da UE foram questões de caráter econômico, e, apesar das repercussões positivas no que se refere ao meio ambiente serem inquestionáveis, o ganho ambiental é colateral, secundário. A exemplo do que ocorre em muitas empresas, adotam-se medidas que repercutem positivamente na comunidade e no ambiente, mas que também as beneficiam de várias formas, inclusive financeiramente.

Fica o questionamento sobre até que ponto essas ações são legítimas do pondo de vista da responsabilidade social: apesar do caráter fundamentalmente econômico, as regulamentações do Livro podem inspirar aplicação de leis ambientais para as empresas, com o potencial de conscientizar a sociedade, propagando e perpetuando uma cultura, no caso, de economia energética; mesmo que as medidas venham a surgir primeiramente como obrigação ou imposição, serão válidas no sentido da responsabilidade social se puderem gerar mudança de hábitos?!
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