sábado, 29 de outubro de 2011

Clientes bancários podem ser sustentáveis

Já é possível optar pela sustentabilidade quando se trata do setor bancário no Brasil. Fundos de ações, CDBs, seguros, financiamentos e até planos de previdência com viés social ou ecológico já estão disponíveis para pessoas físicas nas instituições financeiras.

Escolher entre um financiamento de automóvel comum ou um que, pelo mesmo preço, plante árvores para compensar a emissão de carbono do carro adquirido só depende do conhecimento do cliente - ou da boa vontade do gerente em apresentar a alternativa. Fundo de ações que, em vez de ter uma carteira aleatória, aplique somente em empresas consideradas sustentáveis pelo mercado é outra opção para o cliente.

A demanda espontânea pelos produtos que englobam o conceito das 'finanças sustentáveis' ainda é pequena, sobretudo pelo desconhecimento do público, já que custos e taxas são iguais ou até menores que os tradicionais, segundo observam especialistas.

Todos os bancos de varejo têm, pelo menos, dois tipos de produtos dentro do quesito sustentabilidade. Os fundos de investimentos são a maioria, impulsionados pelo surgimento, em 2005, do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o mercado conta hoje com 29 fundos de ações com viés sustentável. Mesmo com o crescimento das finanças sustentáveis para outras linhas de produtos, a Anbima, por enquanto, só compila dados dos fundos.

Sonia Favaretto, diretora de Sustentabilidade da Bovespa, lembra que, antes da criação do ISE, existiam apenas dois fundos de ações sustentáveis. "O investidor vai perceber a vantagem de investir em empresas sustentáveis e, dessa forma, nascerão cada vez mais produtos nessa linha." Luiz Maia, diretor da Anbima, afirma que "já há a percepção de que empresas com visão socioambiental têm menos risco no longo prazo, o que pode gerar rendimentos melhores ao investidor".

Bradesco, Itaú Unibanco, HSBC, Santander Real, Banco do Brasil e Caixa oferecem fundos que, ou são lastreados no ISE, ou têm uma carteira própria embasada em empresas consideradas sustentáveis pelo mercado. O Itaú Unibanco tem ainda um fundo DI que reverte 50% da taxa de administração a entidades sem fins lucrativos e um outro fundo de investimentos lastreado no índice de carbono da Bolsa de Nova York. "Não há muita demanda espontânea para esses produtos, mas estamos falando de assuntos simpáticos que, ao serem apresentados, têm boa aceitação do público", diz Paulo Corchaki, diretor de gestão de recursos do banco.
O Bradesco é um pouco mais ousado e, além dos fundos de investimentos semelhantes aos que os concorrentes disponibilizam, oferece quase 20 linhas de crédito com o cunho socioambiental. "Nós percebemos que as pessoas que têm esses princípios nos procuram para ter um crédito social ou ambientalmente correto", afirma José Ramos Rocha Neto, diretor de crédito do Bradesco.

Árvores. A linha de financiamento de maior sucesso, conta, é a de automóveis, fruto de parceria com a SOS Mata Atlântica, que planta árvores para compensar a emissão de carbono. "Também temos CDC para a compra de material didático, linhas que financiam telefones para deficientes auditivos e CDC aquecedor solar" exemplifica. "Todos têm condições especiais."
Produtos parecidos são oferecidos pelo Santander Real. "Pensamos sempre em novos produtos. A sociedade vai cobrar cada vez mais esse tipo de ação", diz Linda Murasawa, superintendente de Desenvolvimento Sustentável do grupo.

Para Graziella Comini, professora da Universidade de São Paulo (USP), o conceito 'finanças sustentáveis', com o tempo, estará cada vez mais presente. (Ver mais na página ao lado) "Acredito que, em algum momento, teremos apenas produtos financeiros sustentáveis", afirma.



Através da leitura do texto, vê-se que as instituições financeiras brasileiras estão se adaptando ao contexto de sustentabilidade, trazendo produtos com viés social e ecológico, motivados, talvez, pelo Índice de Sustentabilidade Empresarial, que pode influenciar a decisão dos investidores. E você, já optou ou optaria por algum produto ou investimento sustentável? Já lhe foi oferecido em alguma instituição financeira?

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Plataforma de consumo responsável para fortalecimento de marcas

Através do lema de “Consumo responsável”, a Ambev busca fortalecer suas marcas entre os clientes, apresentando o álcool como um produto de socialização e festa, no entanto, com restrições de idade e moderação.

Desde 2003, o projeto de Consumo Responsável está presente na empresa e, de lá para cá, foram realizadas ações para fortalecê-lo no Brasil. A Ambev ampliou sua plataforma de atuação e este ano lançou o “Supermercado de Responsa” e o “Bar de Responsa”, além do “Movimento + ID”, que sugere maior idade e mais identidade, lembrando que bebida alcoólica não é para adolescentes e crianças.

“Entendemos que um dos nossos papéis como indústria é fazer parte da sociedade, no entanto, o uso indevido do álcool afeta o nosso trabalho. Por isso, formulamos um plano para atuar em diversas frentes contra o consumo impróprio dos produtos da nossa marca. Em oito anos de ação, por exemplo, já fizemos 80 mil doações de bafômetros para os órgãos públicos”, declara Diana Nascimento, Gerente de Relações Socioambientais da Ambev, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Percebe-se, então, que a empresa reconhece os problemas causados pelo consumo indevido de seus produtos, buscando maneira de freá-lo e utilizando isso para fortalecer suas marcas e se divulgar. São iniciativas interessantes, tanto pela busca da conscientização dos públicos, quanto pelos programas com os intermediários. Porém, é discutível se uma empresa que vende álcool - um tipo de droga, mesmo que lícita - pode se vangloriar de responsabilidade social... O que você acha?